O amor na ciência. O casal que ajudou a mudar o mundo para melhor.
Esta é a terceira cédula da minha coleção onde Marie Curie é homenageada, embora as outras duas tenham sido emitidas pela Polônia, seu país de nascimento. Naturalizada francesa, Marie Curie e seu marido francês Pierre Curie, fizeram em 1898 uma descoberta que revolucionaria para sempre a ciência - o elemento químico que chamaram de “radium”, ou rádio. E conseguiram este feito trabalhando com duas panelas em um fogão que mal esquentava instalado em um laboratório improvisado que mais parecia um celeiro. O lugar, nos fundos da modesta Escola Municipal de Física e Química, em Paris, onde Pierre era professor, fora emprestado pela diretoria. Desse trabalho quase primitivo brotaram dois Prêmios Nobel, atribuídos, um, ao casal, e outro, a Marie Curie, já viúva. Seus intensos trabalhos com produtos radioativos, cujos perigos eram desconhecidos na época, fizeram o casal vez e outra se afastar do laboratório para cuidar da saúde. Ambos sentiam um cansaço inexplicável e dores leves. Estavam frágeis e ficavam doentes continuamente. Pierre achava que estava com reumatismo. As pontas dos dedos de Marie doíam muito e rachavam à medida que ela manipulava as soluções purificadas dos elementos que estudava. Mas com a descoberta do rádio vieram novos empregos e muita notoriedade. Pierre foi convidado a pronunciar uma conferência na respeitadíssima Royal Society de Londres, o templo supremo da ciência europeia. Marie recebeu menção honrosa ao apresentar sua tese de doutorado na Sobornne. Em dezembro de 1903, enfim, a Academia Sueca concedeu o Prêmio Nobel de Física ao casal Curie e a Antoine-Henri Becquerel. Mas a trajetória de tão prodigioso casal teve uma vida relativamente curta. Pierre morreu tragicamente aos 47 anos, atropelado por uma carruagem nas ruas de Paris. Com a saúde minada e quase cega, Marie morreu aos 66 anos, vítima de leucemia. Um ano a mais de vida e ela teria tido a felicidade de ver a filha Irene e o genro Frédéric Joliot, ambos físicos e formados à sombra da velha dama, receberem o terceiro Prêmio Nobel da família Curie. O epíteto desta história é uma frase da própria Marie Curie: “Nosso trabalho nos aproximou cada vez mais, até que nos convencemos de que nenhum de nós poderia encontrar um parceiro de vida melhor.”
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