Partisans. Uma história de resistência contra os invasores, mas não livre de atrocidades.

Em 6 de abril de 1941, o Reino da Iugoslávia foi invadido pelas potências do Eixo, principalmente pelas forças alemãs, italianas, búlgaras e húngaras. A invasão durou menos de 10 dias, com a rendição incondicional do Exército Real Iugoslavo. Os termos da capitulação foram extremamente severos, pois o Eixo fez o desmembramento da Iugoslávia, com a Alemanha, Itália, Hungria e Bulgária anexando diversas áreas do território iugoslavo. A resistência teve início logo a seguir, com a criação do Exército de Libertação Nacional e dos Destacamentos Partisans da Iugoslávia. Organizados e liderados por Josip Broz Tito, os Partisans foram considerados o movimento de resistência anti-Eixo mais eficaz da Europa durante a guerra. Atuando de início como uma força de guerrilha, com o avançar da guerra eles se tornaram uma grande força de combate convencional, totalizando cerca de 800 mil combatentes em abril de 1945, organizados em quatro exércitos de campo e 52 divisões. Com o decorrer da guerra o termo "Partisans" adquiriu um sentido mais amplo ao se referir a todas as demais facções de resistência e não apenas aos integrantes do Exército de Libertação Nacional, cujo principal objetivo era a libertação do território das forças de ocupação e a criação de um estado comunista federal e multiétnico na Iugoslávia. O Eixo lançou uma série de ofensivas contra eles, mas não conseguiram nem os destruir nem capturar suas lideranças por serem agrupamentos altamente móveis. No outono de 1944, os Partisans e o Exército Soviético libertaram a capital Belgrado no que ficou conhecida como a Ofensiva Belgrado. No final da guerra, os Partisans conquistaram o controle de todo o país e se organizaram como a força armada regular da recém-criada República Popular Federal da Iugoslávia. A Iugoslávia teve de 900 mil a 1,2 milhão de mortos durante a ocupação do Eixo e mais de 100 mil mortos nos expurgos feitos pelos Partisans contra prisioneiros de guerra e civis simpatizantes. Este triste capítulo da história dos Partisans permaneceu por muito tempo um tabu para os iugoslavos.