Mariposa cometa. Vivendo no máximo uma semana, ela tem muito a realizar em sua curta vida.
Madagáscar é uma nação insular localizada na costa sudeste da África. Após seu desmembramento do pré-histórico supercontinente Gondwana há cerca de 88 milhões de anos atrás, quando seu território ainda estava ligado ao subcontinente indiano, Madagáscar possibilitou que suas plantas e animais evoluíssem em relativo isolamento. Hoje a ilha é considerada um "hotspot de biodiversidade", onde mais 90% de sua vida selvagem não é encontrada em nenhum outro lugar do planeta. É o caso da "mariposa cometa" (Argema mittrei) retratada nesta cédula. Nativa das florestas tropicais de Madagáscar, ela é considerada uma das mariposas mais bonitas do mundo. Suas asas chegam a ter mais de 22 centímetros e envergadura, o que as torna também uma das maiores espécies de mariposa. Ela apresenta dimorfismo sexual, que ocorre quando indivíduos machos e fêmeas apresentam características físicas não sexuais marcadamente diferentes. Isto é bem visível em suas caudas, com a dos machos muito mais longas, podendo chegar a até 15 centímetros de comprimento. A cor predominante é o amarelo, onde se destacam quatro ocelos, um em cada asa. Estas manchas, parecidas a olhos, engana seus predadores, notadamente morcegos, ao fazê-los pensar que a mariposa é uma criatura maior e mais perigosa e que não deveria ser atacada. A vida da mariposa cometa começa como uma lagarta, nascida de um entre os 100 a 150 ovos depositados pela fêmea adulta. Após seu rápido crescimento alimentando-se de determinadas espécies de plantas, elas tecem seu casulo de seda, passando a viver como pupa. Após esta fase, a vida da mariposa cometa torna-se uma corrida contra o tempo. Ao emergirem de seus casulos como indivíduos adultos, elas param de se alimentar por completo. Embora tenham boca e intestino, nenhum deles funciona. Sem ter como obter energia, elas vivem apenas de 6 a 8 dias. Seu único objetivo neste período é tentar encontrar um par para se reproduzir. Na verdade, esta função é do macho, uma vez que a fêmea, ao sair do casulo, fica apenas aguardando ser encontrada, liberando feromônios para facilitar a vida do macho.
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