O roubo de cédulas paraguaias e seu aparecimento no Brasil.
Em 2005 o Banco Central do Paraguai encomendou à empresa francesa FC Oberthur a impressão de suas cédulas de guaranis. Elas foram despachadas de Paris por via marítima em um container lacrado contendo 200 caixas. Ao serem recebidas no Paraguai, faltavam 5 caixas com cédulas de 50.000 guaranis, correspondentes a 12,5 bilhões de guaranis (2,3 milhões de dólares americanos). De imediato o Banco Central do Paraguai declarou inválida toda a série de prefixo C das cédulas de 50.000 guaranis e advertiu a população sobre a possibilidade do dinheiro ilegal entrar em circulação. As investigações mostraram que o navio que transportou a carga fez escalas nos portos de Itaguaí (RJ), Santos (SP), Paranaguá (PR), Buenos Aires e Montevidéu, a partir de onde o carregamento foi transportado por um cargueiro que seguiu por via fluvial até Assunção. Apenas ao ser atracado, em Assunção, percebeu-se a ausência das cinco caixas. Apesar dos containers estarem lacrados, o lacre era diferente do colocado na França. O fato do navio ter sido invadido por piratas enquanto esteve atracado no cais santista, levantou a suspeita do furto lá ter ocorrido. Mas a Polícia Federal brasileira negou tal fato, alegando que dos treze containers violados pelos piratas no porto de Santos, não constava o container paraguaio. Pouco mais de um ano depois, em dezembro de 2007, parte do dinheiro roubado, 340 milhões de guaranis, foi encontrado em um apartamento no centro da capital paulista. Neste interim, as cédulas roubadas já estavam sendo utilizadas por traficantes de drogas, armas e carros na fronteira Brasil-Paraguai. No mercado oficial cada cédula de 50.000 guaranis equivalia a R$ 22, enquanto no mercado clandestino elas eram trocadas por R$ 3 ou R$ 4. Ainda assim o governo paraguaio calcula que dos 12,5 bilhões de guaranis roubados, apenas 5 bilhões foram recuperados. E, como não podia deixar de ser, aos poucos elas estão começando a aparecer no mercado de colecionadores, como a cédula vista acima.
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