Arado. O pedaço de galho que revolucionou a agricultura.

Desde o surgimento dos primeiros hominídeos, a humanidade percorreu um longo e tortuoso caminho na sua luta pela sobrevivência. Nesta jornada, as invenções tiveram e continuam tendo um papel fundamental em acelerar os processos evolutivos. Apesar dos avanços proporcionados ao longo do tempo pela invenção da roda, da metalurgia, das máquinas a vapor, da eletricidade ou do telégrafo, nenhuma invenção mudou tão drasticamente a vida do homem na terra como o arado, responsável pela chamada Revolução Agrícola. O avanço da agricultura permitiu que diversos grupos humanos abandonassem suas vidas nômades para se fixarem em definitivo em aldeias. E o arado teve um papel crucial nesta mudança. Algumas teorias defendem que, já por volta de 5.000 a.C., o homem cansou de vagar em busca de terras boas e novas para seu cultivo. Diante de tal desafio, ele teve a brilhante ideia de construir um utensílio feito com galhos bifurcados que, puxado por animais, sulcava a terra com o objetivo de descompactá-la e assim viabilizar um melhor desenvolvimento das raízes das plantas. Os principais polos da utilização do arado com registro histórico apareceram na antiga Mesopotâmia, nos vales entre os rios Tigres e Eufrates, no Egito, na Índia e na China, justamente os berços das primeiras civilizações da humanidade. E eles alteraram completamente o ritmo de trabalho ao facilitar o plantio do solo. Durante o Império Romano, as primeiras pás de ferro adaptadas ao arado facilitaram ainda mais a semeadura. O resultado foi uma contínua e crescente capacidade do homem em produzir um excedente de comida. E foi certamente essa capacidade que facilitou o surgimento e a diversificação dos trabalhos especializados, como os de artesões, escribas e inúmeros outros, que aceleraram de forma definitiva a evolução das sociedades.