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awada

2, 5 e 10 Pa'anga – 2015-2009-1992 – Tonga

Atualizado: 29 de jun. de 2023

Em Tonga e nas demais ilhas polinésias "boa comida" significa "muita comida".

Para os turistas as ilhas polinésias são remotas e maravilhosas. Lugares onde não se pode escapar do Sol, do mar e da tranquilidade. Mas as ilhas do Pacífico possuem uma outra realidade para as pessoas que vivem lá - uma vida fundamentada em uma dieta pobre, de pouco exercício e com remoto acesso a serviços de saúde pública. O resultado? As nações mais obesas do mundo. As ilhas do Pacífico são lar de nove entre a dez nações mais obesas globalmente. A taxa de obesidade varia de 35% a 50% entre os ilhéus polinésios. Tonga, por exemplo, com uma taxa de 43%, está na quinta posição entre as nações mais obesas do mundo segundo a Organização Mundial da Saúde. Afora as doenças associadas à obesidade, como doenças cardíacas, derrame cerebral e diabetes, há um aspecto cultural que potencializa os problemas advindos do excesso de peso - na Polinésia existe a percepção entre a população nativa que "grande é bonito". Tamanho e status em Tonga frequentemente andam juntos. Os 200 quilos do rei togano Siosi Taufa’ahau (1918-2006), também conhecido como rei George Tupou IV retratado na primeira cédula, mantem o recorde no Guinness como o monarca mais pesado de todos os tempos. E seus sucessores, seu filho mais velho, o rei George Tupou V (1948-2012), retratado na segunda cédula e que morreu apenas seis anos após ser coroado, e seu filho mais novo, o atual rei Tupou VI (1959-) retratado na terceira cédula, certamente herdaram a constituição física do pai e que é comum em Tonga. A situação do sobrepeso piorou muito nesta região quando a população local deu as costas às dietas tradicionais baseadas em peixes e vegetais frescos, substituindo-as por alimentos altamente processados e altamente energéticos, como o arroz branco, a farinha, os alimentos enlatados, as carnes processadas e os refrigerantes importados de outros países. O fator principal para esta mudança foi o preço, já que alimentos de baixa qualidade e alto teor calórico são mais baratos. Apesar disso, alguns cientistas também acreditam que as populações das ilhas do Pacífico evoluíram para ter uma estrutura corporal maior - um conceito conhecido como hipótese do "Gene Thrifty" (Gene da Econômia). A premissa básica da hipótese do gene da econômia é que certas populações podem ter genes que determinam um aumento na reserva de gorduras, o que em tempos de fome representa uma vantagem para a sobrevivência. Para esta região do mundo, o conceito se baseia no fato de que os ilhéus do Pacífico precisavam suportar longas viagens no mar, e aqueles que se saíam melhor eram os que armazenavam energia suficiente na forma de gordura para sobreviver à jornada. Embora este gene tenha sido uma "vantagem" na evolução das antigas populações humanas, em função das estações ou situações com escassez de alimentos, ele se tornou um risco para a saúde muito sério nos tempos modernos.

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