Ascensão e declínio do Império Colonial Francês no correr dos séculos.
A famosa e cobiçada cédula apelidada pelos franceses como "os 5.000 mil francos do Império Colonial", mostra uma alegoria deste império, com uma jovem branca e loira contra um fundo composto de três bandeiras tricolores representando a França, e nativos ao seu redor representando as colônias francesas na África negra, na África árabe e no Sudeste Asiático. A sudanesa é uma referência aos povos negros da África Equatorial Francesa, da África Ocidental Francesa e de Madagascar; o anemita uma referência aos povos da Indochina Francesa; e o berbere uma referência aos povos árabes do Norte da África. A ideia para o seu desenho possivelmente foi tirada de um poster de Raoul Eric Castel elaborado como propaganda durante o governo da França de Vichy chamado "Trois couleurs, un drapeau, un empire" (Três cores, uma bandeira, um império). Esta foi a única cédula francesa cujo tema foi o Império Colonial. Competindo com a Espanha, Portugal, as Províncias Holandesas Unidas e depois Inglaterra, a França começou a estabelecer colônias na América do Norte, no Caribe e na Índia no século XVII. Uma série de guerras com a Grã-Bretanha e outras potências resultou na perda de quase todas as conquistas francesas em 1814. A França reconstruiu um novo império principalmente depois de 1850, concentrando-se principalmente na África, assim como na Indochina e no Pacífico Sul. Um dos principais objetivos era a "missão civilizatória", a disseminação da cultura, da língua e da religião francesas. Segundo defensores do colonialismo, "as raças superiores tinham o direito sobre as raças inferiores e o dever de civilizá-las". Os direitos de cidadania plena, a chamada assimilação, deveriam ser oferecidos, embora na prática as populações coloniais eram geralmente tratadas como pessoas subordinadas e não como cidadãos. Em seu ápice, o Império Colonial Francês foi um dos maiores da história. Incluindo a França metropolitana, a quantidade total de territórios sob soberania francesa chegou a 11,5 milhões de km² em 1920, com uma população de 110 milhões de pessoas em 1939. Após a Segunda Guerra Mundial, a França fez um esforço para restaurar seu status de potência mundial após a humilhação que veio com a derrota e ocupação pela Alemanha nazista. No entanto, após 1945 movimentos anticoloniais começaram a desafiar as autoridades europeias. Para tentar conter esta tendência, em 1946 foi criada uma instituição chamada União Francesa para substituir o Império Colonial, mas no final ela gerou ainda mais revoltas e guerras pois não apenas negava a independência dos países membros como também seu autogoverno. O período colonial chegou a fim após a França ser derrotada em guerras na Indochina (1954) e na Argélia (1962) e através das descolonizações relativamente pacíficas em outros lugares após 1960, sendo que o último território a obter a sua independência da França foi Vanuatu, na Oceania, em 1980. Algumas poucas colônias preferiram permanecer sob domínio da França, sob o status de departamentos (territórios) ultramarinos. São seis na América (Guadalupe, Guiana Francesa, Martinica, São Bartolomeu, São Martinho e São Pedro e Miquelão), duas na África (Maiote e Reunião), três na Oceania (Nova Caledônia, Polinésia Francesa e Wallis e Futuna), além das Terras Austrais e Antárticas Francesas na Antártica (ilhas de Terra Adélia, Kerguelen, Crozet, Amsterdam e São Paulo).
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