As batalhas épicas que ajudaram a moldar o nosso mundo retratadas nas cédulas de banco.

A humanidade está em guerra consigo mesma desde a antiguidade, seja por desentendimentos religiosos, interesses políticos e econômicos, disputas territoriais, rivalidades étnicas, entre outras razões. Geralmente elas são caracterizadas por extrema violência, agressão, destruição e mortalidade. Devido a sua universalidade e temporalidade, a guerra pode ser considerada um aspecto intrínseco da natureza humana. Muitos países comemoram as batalhas importantes da sua história de várias maneiras diferentes, seja erguendo monumentos para perpetuar sua lembrança ou celebrando-as em feriados nacionais, mas também retratando-as em suas cédulas de banco, como a que podemos ver nesta cédula do Iraque. A imagem no seu anverso está associada à Batalha de al-Qadisiyyah (ou Batalha de Cadésia), que ocorreu entre os anos 635 e 636. Naquela época as primeiras conquistas árabes estavam em pleno andamento no Oriente Médio, principalmente na Mesopotâmia, atual Iraque. O exército do Califado Rashidun, um império árabe islâmico fundado em 632 após a morte do profeta Maomé, enfrentou o Império Sassânida, o último império persa pré-islâmico reinante em Cadésia, no que hoje é uma província iraquiana localizada a cerca de 160 quilômetros ao sul de Bagdá. O califa Omar enviou 30.000 cavaleiros árabes para enfrentar o exército persa com uma força de 80.000 guerreiros sob o comando de Rustã Farruquezade, comandante-em-chefe e conselheiro do imperador persa Isdiguerdes III. A batalha ocorreu na margem ocidental do rio Eufrates, e no seu primeiro dia, segundo relatos de historiadores, a cavalaria árabe foi posta em debandada pelos elefantes de guerra persas. Mas no terceiro dia do conflito, a infantaria árabe conseguiu reverter a situação. Os persas tentaram fugir, mas seu líder Rustã foi capturado e decapitado, o que levou ao colapso do seu exército. A vitória decisiva dos árabes abriu caminho para a derrota completa 15 anos depois do Império Sassânida, marcando definitivamente a conquista mulçumana da Pérsia.