“Eppur si muove”! (E, no entanto, se move!) (Galileu Galilei)
Diz a lenda que o astrônomo, físico e engenheiro italiano Galileu Galilei (1564-1642) murmurou "eppur si muove" depois de ter sido obrigado a renegar em 1633, diante da Inquisição, sua tese de que a Terra se move em torno do Sol, conhecida como heliocentrismo. Na época do julgamento de Galileu, a visão dominante entre os teólogos, filósofos e cientistas era de que a Terra era estacionária, e de fato, o centro do universo. Adversários de Galileu acusaram-no de heresia, crime punível com a morte pelo tribunal da Inquisição. O assunto foi investigado pela Inquisição Romana em 1615, que concluiu que o heliocentrismo era "tolo e absurdo em filosofia e formalmente herético, pois contradiz explicitamente em muitos pontos o sentido da Sagrada Escritura". Tendo Galileu se retratado para salvar sua pele, foi colocado sob prisão domiciliar até sua morte, nove anos após o julgamento. Apesar da mais antiga biografia de Galileu, escrita por seu discípulo Vincenzo Viviani, não mencionar a frase acima, e afirmar que Galileu se retratou sinceramente (será?) perante a Igreja, do ponto de vista simbólico, a frase sintetiza a estabilidade dos fatos descobertos pela ciência mesmo diante da censura pela fé - a quintessência do conflito entre as descobertas científicas e as convenções das autoridades no poder. Ainda nos dias de hoje a expressão “eppur si muove” é usada com frequência como um apontamento de que fatos físicos são verdades imutáveis, independentemente de opiniões ou religiões.
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