“Eu não acredito em tomar a decisão certa, eu tomo uma decisão e a faço certa.” (Mohammad Ali Jinnah)
Mohammad Ali Jinnah (1876-1948) foi uma daquelas pessoas que literalmente mudaram a história e o mapa do mundo. Graças a sua insistência com o governo colonial da Índia Britânica em propor uma reforma constitucional que salvaguardasse os direitos da minoria mulçumana, e que os mulçumanos deveriam ter seu próprio país, o subcontinente indiano foi dividido em 1947 em dois estados - de um lado a Índia e sua população de maioria hindu, de outro o Paquistão, de maioria mulçumana. O Paquistão foi delineado ao longo das províncias de maioria mulçumana do Punjab e Bengala. Apesar da forte oposição de Gandhi, cujo desejo era manter a Índia não dividida, ele não teve como evitar a separação e acabou por aceitar a decisão dos atores políticos. Além das difíceis discussões que se seguiram durante a divisão, Jinnah enfrentou em segredo um outro grande problema - ele estava morrendo. Acometido pela doença mais comum daquela época, a tuberculose, Jinnah sabia o quão crucial era o tempo para ele e para a futura nação. Apesar do nascimento do novo país ter sido um capítulo doloroso em termos de tragédia humana, com numerosos confrontos nas fronteiras entre os migrantes que se deslocavam da Índia para o Paquistão e as milhares de mortes que se seguiram, Jinnah conseguiu seu objetivo e em 14 de agosto de 1947 o Paquistão foi criado com "base na religião". Neste processo Jinnah tornou-se o primeiro Governador Geral da nova nação. Na verdade, o Paquistão dividia-se então em duas partes – o Paquistão Oriental, que englobava a região de Bengala e que viria mais tarde a se transformar em Bangladesh, e o Paquistão Ocidental, que englobava parte da antiga província do Punjab. Jinnah morreu cerca de um ano depois, em setembro de 1948. A partir daí, uma espécie de lenda se criou em torno de sua pessoa. Sua data de nascimento se tornou um feriado nacional e, pelo grande respeito que os paquistaneses possuem por ele, eles raramente se referem a ele pelo seu nome e sim pelos seus títulos - "Quaid-e-Azam" (Grande Líder) e "Baba-e-Qaum" (Pai da Nação). Jinnah também passou a ser reverenciado nas cédulas do Banco Estatal do Paquistão, já que a partir de 1953 praticamente todas elas retratam sua imagem em seu anverso.
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