Júlio Garavito Armero. O único colombiano a ter seu nome inscrito na Lua.
Um dos expoentes mais ilustres do mundo científico da Colômbia foi Júlio Garavito Armero (1865-1920), um engenheiro e matemático que também atuou na área da astronomia. Em sua honra, uma série de crateras do lado não visível da Lua foi batizada com seu nome - as Crateras Garavito. No início dos anos 70, menos de um ano após o homem dar seus primeiros passos na Lua, inúmeros acidentes e detalhes geográficos da superfície lunar levaram a uma consulta mundial para propor nomes a estas características. Para isto foi solicitado aos vários países membros da União Astronômica Internacional (UIA em inglês) que elaborassem listas de cientistas de destaque por seus trabalhos no campo da Astronomia, bem como do significado destes trabalhos para a humanidade. O nome escolhido pela Colômbia foi o de Garavito, cujo trabalho sobre os movimentos da Lua fora citado em 1961 na prestigiada publicação de Brouwer & Clemente intitulada "Methods of Celestial Mechanics" (Métodos da Mecânica Celestial). O nome de Garavito foi aceito durante a reunião da UIA realizada na Inglaterra em 1970, e correspondia a uma série de crateras localizadas nas coordenadas selenográficas 48º Sul e 157º Leste. Na época, foi o único latino-americano a ter essa honra. Nomeado diretor do Observatório Astronômico Nacional aos 27 anos de idade, a matemática e a mecânica celeste foram as paixões de uma carreira dedicada em boa parte à Lua e seus movimentos, investigações que lhe renderam prestígio mundial. Basicamente, a pesquisa de Garavito se concentrou na elaboração de tabelas que permitiam a formulação exata dos diferentes ciclos da órbita lunar. Civilizações tão antigas como a babilônica já sabiam dessa irregularidade, que consiste na variação do tempo que vai de uma lua nova e outra e que determina que a duração de alguns meses seja maior que a de outros. O trabalho de Garavito foi interrompido por ocasião da sua morte prematura em 1920. Seus trabalhos sobre a Lua ficaram inacabados, mas a ciência mundial corroboraria mais de três décadas depois que o caminho do cientista colombiano no estudo dos movimentos lunares estava correto.
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