Joana Azurduy e sua história que inspirou a luta contra a opressão colonial.
A figura retratada nesta cédula tem uma história digna de filme. Joana Azurduy de Padilla (1780-1862) esteve intimamente ligada às guerras de independência da América Espanhola, que se desenrolaram entre 1808 e 1829. Mestiça, filha de pai espanhol e mãe indígena, nasceu no então Vice-Reino do Rio da Prata, na cidade hoje conhecida como Sucre na Bolívia. Desde adolescente ela fazia reuniões clandestinas com outros estudantes para discutir a vida de revolucionários que se opuseram ao domínio espanhol, principalmente Tupac Amaru. Casada com Manuel de Padilla em 1810, ambos se juntaram ao exército revolucionário. Eles participaram da Revolução de Chuquisaca, um levante popular conhecido pela historiografia como o Primeiro Grito Libertário da América. Depois que seu marido foi capturado e morto, Juana jurou sobre seu cadáver que iria continuar lutando e continuou como uma temível e corajosa combatente, ganhando o apelido de "Terror dos Espanhóis". Em 1816 recebeu o título de Tenente Coronel das Províncias do Rio da Prata. Em 1825, ano da independência da Bolívia, Simon Bolívar, conhecido como o Libertador, a visitou. Ao ver suas condições empobrecidas, ele ficou envergonhado e a promoveu ao posto de Coronel e lhe concedeu uma pensão. Após a visita, ele comentou com o marechal Antonio José de Sucre: "Este país não devia ser chamado de Bolívia em minha homenagem, mas Padilla ou Azurduy, porque foram eles que o libertaram". Em 1857, devido a mudanças na política boliviana, ela deixou de receber sua pensão e morreu indigente em 1862 aos 81 anos, sendo enterrada em uma vala comum. Seus restos foram exumados 100 anos depois de sua morte e depositados em um mausoléu que foi construído em sua homenagem na cidade de Sucre.
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