Juana Inés, uma mulher à frente do seu tempo, abalou as estruturas do México colonial ao defender os direitos das mulheres.
Por ser mulher e ter nascido fora do casamento no século XVII, Juana Inés de la Cruz, ou Juana de Asbaje (1651-1695), teve poucas oportunidades de educação formal. No entanto, ela persistiu em sua busca pelo conhecimento, tornou-se freira e, por fim, foi uma das mais notáveis eruditas, poetas e dramaturgas do Novo Mundo. Como freira da Ordem das Jerônimas, foi considerada a mente mais brilhante de sua época. Seus poemas, assim como suas peças de teatro e escritos dedicados aos mais variados temas, eram consumidos pela corte espanhola e pelos vice-reis que governavam a Nova Espanha, como era chamado o México na época. No entanto, freira Juana foi uma figura controversa devido as suas críticas ao ódio e aversão que os homens tinham pelas mulheres eruditas. No seu poema Hombres Necios ("Homens Estúpidos"), ela defende o direito da mulher de ser respeitada como pessoa e critica o machismo da sociedade do seu tempo, satirizando os homens que ao mesmo tempo que condenavam a prostituição, se aproveitavam da sua existência. Juana de Asbaje pode ser considerada, com justiça, a primeira mulher a defender o direito à educação das mulheres nas Américas. No final de sua vida ela parou de escrever e se desfez de sua extensa biblioteca para se concentrar em fazer caridade junto aos pobres. Aos 46 anos, ela morreu vítima da peste enquanto tratava suas irmãs de Ordem.
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