O herói de um povo que teve sua verdadeira aparência revelada apenas recentemente.

Bai Bureh (1840-1908), o grande guerreiro de Serra Leoa, é retratado nas cédulas de 1.000 leones deste país desde 1993. Sua imagem é bastante impressionante, comparada às tradicionais imagens de outros líderes retratados nas cédulas de seus países. Ela se assemelha ao clássico bobo da corte da Europa Medieval. Frequentemente, apenas o bobo da corte era suficientemente ousado para apontar as loucuras do seu governante; e Bai Bureh, talvez mais do que qualquer outro líder na África, fez seus senhores, os britânicos, girarem em círculos. As pessoas reconheceram em Bai Bureh um verdadeiro líder, reuniram-se ao seu redor e o tornaram líder da Serra Leoa do Norte em 1886. Ele se recusava a reconhecer os tratados impostos pelos britânicos e a pagar seus impostos. Bai Bureh queria que os britânicos voltassem para casa e deixassem Serra Leoa administrar seus próprios assuntos. Logo os britânicos enviaram o exército atrás dele, com o governador britânico oferecendo uma recompensa de 100 libras por informações que levassem à sua captura. Bai Bureh por sua vez ofereceu uma recompensa de 500 libras pela captura do governador. Conta a história que, após ser preso, os britânicos o trataram como prisioneiro político, e não como prisioneiro militar. Posteriormente, em vez de executá-lo como era praxe naquela época, os britânicos o enviaram para o exílio, com alguns historiadores sugerindo que esse tratamento é um indicativo do respeito que Bai Bureh ganhou do exército britânico. Hoje, Bai Bureh é considerado por muitos historiadores militares o pioneiro dos métodos modernos da guerra de guerrilha. A única fotografia conhecida de Bai Bureh foi tirada em 1898 e só foi descoberta em 2012 em um leilão no eBay. O retrato até hoje utilizado nas cédulas de Serra Leoa é baseado em uma estátua existente na cidade de Freetown. A esperança era que em edições posteriores o seu real retrato fosse utilizado nas cédulas de Serra Leoa. Porém isto não ocorreu, sendo que a emissão de 2022, ocorrida após uma reforma monetária, manteve o retrato tradicional.