"A estender os olhos, não podíamos ver senão terra e arvoredos, terra que nos parecia muito extensa." (Pero Vaz de Caminha)
Como todo brasileiro sabe, Pedro Alvares Cabral (1467-1520) foi o navegador e explorador português creditado como descobridor do Brasil. Mas nem sempre foi assim. Seus feitos ficaram no esquecimento por séculos, sendo que apenas após a Independência do Brasil, no século XIX, suas proezas foram reafirmadas pelo próprio Imperador Pedro II do Brasil, um erudito e estudioso dos temas de História. Como Vasco da Gama fora bem-sucedido em chegar às Índias em 1498, ficou claro para os portugueses a possibilidade de lucros explorando a nova rota comercial para o Oriente. Assim, Pedro Álvares Cabral foi encarregado pelo rei D. Manuel I de Portugal de comandar a segunda expedição para às Índias, no ano de 1500, com uma grande esquadra, composta por 13 naus, com mais de mil homens. Conforme orientação de Vasco da Gama, Cabral deveria contornar o Cabo da Boa Esperança realizando o famoso desvio para sudoeste que os estudiosos tanto discutem atualmente, atingindo, em 22 de Abril de 1500 a costa brasileira. Apesar deste evento ter ficado registrado na história como uma "descoberta", os historiadores divergem se Cabral realmente descobriu o Brasil acidentalmente ou propositalmente, como indicam alguns registros. Embora seu prestígio tenha sido ofuscado pela fama de outros exploradores da época, Cabral é hoje considerado uma das personalidades portuguesas mais importantes da Era dos Descobrimentos. A citação acima registrada por Caminha e impressa nesta cédula é uma referência à "Terra Brasilis" – o Brasil antes da chegada dos europeus, a terra incógnita, a terra dos índios. Tudo indica que a nau retratada no reverso seja da nau-capitânia São Gabriel, a mesma utilizada anos antes por Vasco da Gama na descoberta do caminho marítimo para as Índias.
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