"Se Adelita se fosse com um outro, a seguiria por terra e por mar; se por mar em um navio de guerra, se por terra em um trem militar." (canção folclórica mexicana)
O tema principal desta cédula comemorativa ao centenário da Revolução Mexicana (1910-2010) é a locomotiva à vapor nº. 279 que transportou as tropas revolucionárias mexicanas na luta contra a ditadura de Porfírio Diaz. Fabricada pela Baldwin Locomotive Works da Filadélfia e posta em operação em 1904, é a única locomotiva à vapor que ainda funciona no México. Em maio de 1911 o revolucionário Emiliano Zapata respondeu ao apelo de Francisco Madero para levantar armas contra o presidente Porfirio Díaz. Com 4.000 ou 5.000 soldados ele cercou a cidade de Cuautl e a batalha que se seguiu por uma semana foi um grande ponto de inflexão na Revolução Mexicana, pois Porfirio Diaz reconheceu que a batalha o convenceu a assinar o Tratado Cidade Juárez e renunciar. Próximo a imagem da locomotiva vê-se o recorte de uma fotografia referida como Adelita, que retrata uma mulher inclinada nos degraus de um vagão do trem, olhando para a frente em direção aos trilhos. Esta imagem captura a representação do ideal das "soldaderas", mulheres de soldados que seguiam seus companheiros nas batalhas, fazendo-lhes os serviços cotidianos essenciais e apoiando-os emocionalmente. A cédula traz um trecho de La Adelita, uma das mais famosas canções folclóricas da Revolução Mexicana. La Adelita conta a história de um jovem sargento revolucionário que é bravamente acompanhado durante as campanhas do seu pelotão pela mulher por quem se apaixonou. O elemento principal do reverso é o fragmento central do mural intitulado Do Regime de Porfírio à Revolução, do pintor e muralista mexicano David Alfaro Siqueiros, mostrando camponeses armados em torno do líder da Revolução. O mural levou nove anos para ser concluído (1957-1964), uma vez que Siqueiros esteve preso por suas posturas ideológicas por quatro anos neste período.
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