Uma das maiores maravilhas naturais do mundo sob grave ameaça provocada pelo homem.
Assim como as Cataratas de Iguaçu delimitam a fronteira entre o Brasil e a Argentina, e as Cataratas de Niagara a fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos, as Cataratas Vitória separam a Zâmbia e o Zimbábue, dois países da África Austral. São uma das mais espetaculares quedas d'água do mundo e, junto aos parques nacionais criados dos dois lados da fronteira, estão listados como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Apesar de ser atribuído oficialmente ao explorador e missionário escocês David Livingstone como o primeiro ocidental a avistá-las em 1855, aventa-se a hipótese de que missionários portugueses a teriam descoberto décadas antes. Livingstone deu às quedas o nome como ela é ainda hoje conhecida em homenagem à rainha Vitória do Reino Unido. Seu nome na língua da tribo Kololo que vivia na região nos anos 1800 e ainda permanece sendo usado pelos locais é "Mosi-oa-tunya", que quer dizer "a fumaça que troveja", em referência ao vapor d´água que sobe da garganta. Livingstone mais tarde diria que as cataratas foram a coisa mais impressionante que viu durante seus trinta anos de exploração da África. Outros exploradores a visitaram posteriormente, mas até que aquela área ficasse mais acessível, o que ocorreu por volta de 1905 com a construção de uma linha férrea que passa perto das quedas, poucos ocidentais se aventuraram por lá. Hoje o número de visitantes por ano ultrapassa os 300 mil. Embora não seja nem a mais alta (108 metros) nem a mais larga (1.708 metros) queda d´água do mundo, as Cataratas Vitória possuem a maior cortina de água contínua em queda do mundo. A ampla parede de basalto por onde a queda troveja, transforma o plácido rio Zambeze em uma torrente feroz que corta uma série de dramáticos desfiladeiros. E, assim como outras belezas naturais da Terra, a Catarata Vitória também está sofrendo os efeitos do aquecimento global. Em dezembro de 2019, "a fumaça que troveja" estava silenciosa. Em uma seca descrita como a pior do século, o fluxo do rio Zambeze ficou reduzido a um minúsculo filete de água e praticamente fez a quedas secarem. Eventos atípicos como este distribuídos no tempo são esperados, mas quando eles passam a ser rotineiros ano após ano lança um alerta sobre o que estamos fazendo com nosso planeta e o que nos aguarda no futuro.
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