O rei que se manteve no poder durante as ocupações francesa e japonesa.
A pessoa retratada nesta cédula, em uma luxuosa vestimenta coberta de condecorações, é o rei Sisavang Vong (1885-1959). Ele foi rei de Luang Prabang entre 1904 e 1945, ascendendo ao trono aos 18 anos, e posteriormente rei do Laos, entre 1946 e sua morte. O Reino de Luang Prabang formou-se em 1707 e ao longo de sua história foi uma monarquia tão fraca que foi forçada a pagar tributo em vários momentos aos reinos vizinhos. Em 1887 o reino escolheu aceitar a proteção francesa integrando-se a Indochina Francesa, passando a ser um protetorado francês até pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial, quando se tornou o novo Reino do Laos sob a liderança de Sisavang Vong. Na juventude ele ficou conhecido como um rei "playboy", que chegou a ter 10 esposas, sendo duas delas suas meio-irmãs, e 50 filhos. Durante a Segunda Guerra Mundial ele reinou sob o domínio japonês e no final de 1945, por continuar a apoiar o mandato francês na Indochina, ele recusou-se a cooperar com os nacionalistas, sendo deposto quando o país proclamou sua independência. Mas logo após os franceses reocuparam o país, e ele foi reconduzido ao trono. Na cédula a imagem do rei não está no seu centro, o qual é reservado para um par de cálices reais empilhados com um objeto plano sobre eles que parece ser uma pilha de papéis amarrados e com um selo no topo. Na verdade, isto é chamado de "vaso da Constituição", já que o Laos, após a saída dos franceses em 1949, tornou-se uma monarquia constitucional. E, no lado oposto ao rei, quatro serpentes, cada uma maior que a outra e com seus corpos em tons de arco-íris e faces bem detalhadas, também miram para o objeto central. Estas serpentes chamadas “nagas” são seres míticos que vivem no rio Mekong e são tratadas como os ancestrais e protetores do povo do Laos. Segundo uma lenda local, um belo espírito da água, meio-serpente e meio-humano, um dia atraiu uma bela tecelã para ser sua noiva e viver nas profundezas do rio Mekong. O povo do Laos, um país pequeno e sem litoral, encravado entre a Tailândia, Camboja, Vietnã, China e Mianmar, tem adorado espíritos de serpentes há mais de 2.000 anos, sendo as celebrações da serpente naga um unificador dos diversos grupos étnicos do país.
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