O primeiro monarca no Novo Mundo não foi mexicano nem brasileiro, e sim haitiano.

Considerando a época pós-descobrimento, existiram três monarquias endêmicas nas Américas, ou seja, monarquias com seu monarca residente no país - as monarquias do Brasil (1822-1889), do México (1821-1823 e 1863-1867) e do Haiti (1811-1820), a primeira do continente americano. A figura retratada nesta cédula é Henry Christophe (1767-1820), autoproclamado Rei Henry I do Reino do Haiti, cujo reinado teve início em 1811 e abrangia apenas a parte norte do moderno Haiti. Apesar de seus esforços para promover a educação e estabelecer um sistema legal no país, o rei se tornou um monarca autocrático e impopular, em constante beligerância com a parte sul da ilha – a República do Haiti. A opinião pública tornou-se cada vez mais contrária ao que considerava políticas feudais. Doente e fraco, apesar de ter apenas cinquenta e três anos de idade, em 1820 Rei Henry I preferiu atirar em si próprio à possibilidade de sofrer um golpe de estado. Seu filho, o príncipe real Jacques-Victor Henry, então com apenas dezesseis anos, não teve oportunidade de suceder ao pai, sendo preso e executado a estocadas de baioneta por revolucionários no Palácio Real. Desta forma teve fim o primeiro e curto reinado das Américas. A segunda monarquia a emergir, a mexicana, também teve dois breves períodos de 3 e 5 anos, enquanto a monarquia brasileira sobreviveu por 67 anos, com dois imperadores - D. Pedro I (1822–1831) e D. Pedro II (1831–1889).