top of page
awada

100 e 1.000 Won – 1947 e 1950 – Coréia e Coréia do Sul

Atualizado: 11 de mar. de 2022

A guerra que não acabou. Os mais de 70 anos de conflitos entre as Coréias.

Estas duas cédulas muito parecidas retratando um ancião contam um pouco da conturbada história das Coréias. A de 100 won, de 1947, foi emitida pela Administração do Exército dos Estados Unidos para circular no setor Sul do país. Já a de 1.000 won, de 1950, foi emitida não oficialmente pelo Exército da Coréia do Norte, também para circular no Sul durante a Guerra da Coréia. A história deste conflito, porém, remonta à ocupação da Coréia pelo Japão entre 1910 e 1945. Quando a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim e as potências aliadas começaram a desmantelar o Império Japonês, o destino da Coréia se tornou uma moeda de troca entre os Estados Unidos e a União Soviética. Os ex-aliados não confiavam um no outro e, em 1948, dividiram a nação onde o paralelo 38 atravessa a península. A Coréia do Norte seria um estado socialista apoiada pelos soviéticos e a Coréia do Sul um estado capitalista apoiada pelos Estados Unidos. A esperança era que as duas Coréias conseguissem equilibrar o jogo do poder no Leste Asiático, mas rapidamente ficou claro que nenhuma delas via a outra como legítima. Após uma série de escaramuças de fronteira, em 25 de junho de 1950 a Coréia do Norte invadiu seu vizinho e deu início a uma guerra por procuração entre as duas potências nucleares. Os Estados Unidos pressionaram o recém-criado Conselho de Segurança das Nações Unidas a autorizar o uso da força para ajudar a Coréia do Sul e, sem uma declaração oficial, entraram na guerra. Os americanos presumiram que ela seria vencida rapidamente, mas isto logo se provou estar errado. Com a invasão da Coréia do Norte e da China Comunista pelas forças das Nações Unidas, e o envolvimento da União Soviética enviando pilotos e equipamentos militares, estava criado o impasse. O mundo estava prestes a uma guerra nuclear quando em 1953 um armistício entre os Estados Unidos, a Coréia do Norte e a China foi assinado. A Coréia do Sul, no entanto, se opôs à continuação da divisão da Coréia e não assinou o tratado de paz. Embora a luta tenha terminado, tecnicamente até hoje a guerra não acabou. O fim da União Soviética, em 1989, e a queda da cortina de ferro, não possibilitaram que o país fosse reunificado – como aconteceu com a Alemanha. Até hoje, os conflitos continuam a ecoar, em uma das regiões mais tensas do mundo. Se os dois países nunca chegaram novamente às vias de fato, não faltaram ameaças, provocações, espionagem, episódios de violência que quase descambaram para o conflito armado, e muitas discussões nos bastidores da diplomacia. Sob influência do Partido Comunista Chinês, a Coreia do Norte se tornou uma das maiores ameaças ao mundo ocidental, ao desenvolver seu programa nuclear, enquanto a Coreia do Sul virou exemplo de desenvolvimento econômico do capitalismo moderno. Em 2020, no aniversário dos setenta anos do conflito, as duas Coréias permaneciam divididas. As esperanças de reunificação tentadas em 2000 e em 2018 não prosperaram e as tensões entre elas de tempos em tempos atingem níveis críticos. Uma Coréia unificada poderia ter grandes implicações para o equilíbrio de poder na região. A reunificação daria acesso a mão de obra barata e a recursos naturais abundantes no Norte, o que, combinado com a tecnologia e o capital existentes no Sul, criaria um grande potencial de crescimento econômico e militar. De acordo com um estudo de 2009 da Goldman Sachs, uma Coreia unificada poderia ter uma economia maior que a do Japão até 2050.

Tags:

1 visualização0 comentário

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page