A cédula detentora do recorde de zeros - 100.000.000.000.000.000.000 Pengö.
A situação econômica atual na Venezuela é deprimente. A taxa de inflação anual está fora de controle e milhões de venezuelanos lutam para comprar itens básicos, como alimentos e produtos de higiene pessoal. Os preços das coisas dobram a cada mês e, se acreditarmos nos economistas, a taxa de inflação chegará a 3.000% até o final de 2020. A última vez em que ocorreu uma hiperinflação dessa escala foi no Zimbábue entre as décadas de 1990 e 2000, quando o governo imprimiu cédulas de 100 trilhões de dólares em uma vã tentativa de tornar conveniente o transporte do dinheiro. Essa cédula valia cerca de US$ 30 na época. Mas a hiperinflação do Zimbábue foi apenas a segunda pior da história. A pior foi sofrida pelos húngaros entre 1945 e 1946, quando a taxa diária de inflação estava acima de 200%. Comparado à inflação no Zimbábue e na Hungria, o desastre na economia da Venezuela parece coisa de amador. A Hungria introduziu o Pengö em 1927. Para lidar com sua desvalorização após a Segunda Grande Guerra, o Pengö foi substituído pelo M.-Pengö (ou 1 milhão de Pengö), que por sua vez foi substituído pelo B.-Pengö (ou 1 bilhão de Pengö). A cédula acima corresponde a 100 milhões de B-Pengö ou 100 quintilhões de Pengö, 1 seguido de vinte zeros! Foi a denominação mais alta circulada, mas a inflação era tão galopante que ela valia apenas cerca de vinte centavos de dólar. E ainda teve a cédula de 1 sextilhão de Pengö que foi impressa, mas não chegou a circular. Eram tantos zeros que estas são umas das poucas cédulas no mundo onde o valor não é descrito em números, apenas em letras e palavras. Finalmente, em agosto de 1946, o governo abandonou o Pengö e decidiu começar do zero. Uma nova moeda foi introduzida – o Forint – que sobrevive até hoje, apesar de haver planos para uma futura transição para o Euro.
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