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awada

10 Pesos Bolivianos – 1962 – Bolívia

Atualizado: 28 de jun. de 2023

A história debaixo de Potosí.

A imagem retratada nesta cédula é da hoje modesta cidade de Potosí, na Bolívia, com seu Cerro Rico ao fundo. Mas ela já teve um passado glorioso, sendo que no seu apogeu, durante o século XVII, com seus cerca de 150 mil habitantes, era a segunda cidade mais populosa do mundo, atrás apenas de Paris, e a mais rica. Em 1611 ela era a maior produtora de prata do mundo, quase toda ela enviada à Espanha. A história de como isso se deu é uma mescla intrincada de fatos fantásticos e verídicos, pelo que é difícil separar a realidade da lenda. Diz-se que as minas de prata foram descobertas casualmente em uma noite em 1545, por um pastor indígena quíchua chamado Diego Huallpa, que se perdeu quando regressava com seu rebanho de lhamas. Decidiu, então, acampar no pé do Cerro Rico e fez uma grande fogueira para se proteger do frio. Quando acordou de manhã, notou que entre as brasas brilhavam pedaços de prata, fundidos e derretidos pelo calor do fogo. O local era aparentemente tão rico em prata que ela se encontrava à mostra no terreno. A seguir, um grupo de espanhóis liderado pelo capitão Juan de Villaroel tomou posse de Cerro Rico para tentar confirmar os relatos do pastor. Imediatamente estabeleceu-se no local um povoado. Segundo outra versão, os incas já conheciam a existência de prata no local, mas quando o imperador inca tentou dar início à sua exploração, o monte o teria expulsado mediante uma estrondosa explosão, de onde deriva o nome do lugar - "P'utuqsi", proibindo-lhe de extrair a prata, que estava reservada "para os que viriam depois". Os historiadores veem, nesta versão, uma deliberada influência dos espanhóis na lenda para legitimar sua exploração. Seja qual for a origem de Potosí, é fato que a extração da prata foi realizada com o trabalho escravo dos indígenas, que sob más condições de trabalho, morreram aos milhares. Um padre que viveu à época escreveu - "Não é prata o que se envia à Espanha, é o suor e sangue dos indígenas". No final, a prata se exauriu, e Potosí voltou a ser uma modesta e pacata vila.

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