As personificações nacionais nas cédulas de banco.
Emblema nacional é o símbolo oficial de um determinado país. Este símbolo pode ser entre outros um animal, uma planta, um objeto inanimado ou até mesmo uma pessoa. Neste último caso dá-se o que é chamado de personificação nacional, ou seja, o uso de uma pessoa - real, idealizada ou mística - como símbolo de uma nação ou de seus habitantes. Algumas das primeiras personificações no mundo ocidental tendiam a ser manifestações nacionais da deusa da sabedoria, das artes e das estratégias de guerra - Minerva. Equivalente romana à deusa grega Atena, Minerva era filha de Júpiter (comumente identificado como o deus grego Zeus). Segundo a mitologia romana, Júpiter, após engolir a deusa Methis, foi acometido de uma forte dor de cabeça. Ele então pediu à Vulcano, o deus do fogo, que abrisse sua cabeça com o seu melhor machado, após o que saiu de dentro dela Minerva, já adulta, portando um escudo, uma lança e uma armadura. Desde os primórdios das impressões de cédulas de banco, alegorias foram muito utilizadas pelos emissores de papel moeda. Quando a emissão das cédulas se tornou um assunto de Estado e não mais estava nas mãos de bancos privados, figuras alegóricas femininas inspiradas nas deusas Minerva/Atena personificando a nação passaram a ser recorrentemente utilizadas. Exemplos clássicos podem ser vistos em diversas cédulas da Europa e incluem entre outras as alegorias de Germânia no Império Alemão, de Britannia na Grã Bretanha, de Helvetia na Suiça, de Svea na Suécia, de Hispania na Espanha e de Italia Turrita na Itália. Nas cédulas acima vemos as personificações de Svea, Britannia e Italia Turrita. Svea ou Mãe Svea, é a personificação nacional da Suécia, representando a Pátria Sueca sob a forma de uma guerreira armada de escudo e espada, com um leão a seus pés. Mãe Svea apareceu frequentemente como um símbolo nacional na literatura e cultura sueca do século XIX, assim como em várias cédulas suecas por mais de 70 anos, como as de 5 coroas impressas entre 1890 e 1963 e voltou a surgir na emissão comemorativa de 10 coroas de 1968 vista acima. Em 43 d.C. o Império Romano começou a conquista de parte das ilhas britânicas, estabelecendo uma província que chamaram Britannia. No século II a Britânia Romana veio a ser personificada como uma deusa, armada com um tridente ou lança e escudo e às vezes usando um capacete de centurião. O nome latino Britannia sobreviveu longamente à retirada romana das ilhas no século V e cedeu o nome à ilha como Britain na língua inglesa e Prydain na língua galesa. Depois de séculos de uso em declínio, a forma latina Britânia foi revivida durante a Renascença Inglesa como uma evocação retórica de uma identidade nacional britânica, passando a ser consistentemente usada na cunhagem de moedas e posteriormente na emissão de cédulas como um emblema do poder e unidades imperiais britânicos. E a personificação nacional da Itália - Italia Turrita, é apresentada na forma de uma jovem com uma “coroa mural de turritas", que no italiano significa "coroa com torres", e que simboliza as grandes cidades estado daquela nação. Diferente das duas personificações anteriores, Italia Turrita só se fez presente em uma emissão de 1944, da qual a cédula acima está incluída. Todas estas personificações, em seu aspecto mais clássico, derivam do mito primordial da Grande Mãe Mediterrânea, a deificação personificada da maternidade, da fertilidade, da criação e da guerra.
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