Libéria – do latim "Terra Livre". A primeira nação africana a se tornar independente.

As visões do Iluminismo combinadas com sentimentos cristãos foram o combustível para os movimentos políticos contra a escravidão no início da história dos Estados Unidos. Estas opiniões surgiram já na Declaração da Independência de Thomas Jefferson em 1776 e no discurso de Abraham Lincoln em Gettysburg, 87 anos depois. A essa altura a escravidão como instituição estava bem estabelecida, particularmente nos estados agrícolas do sul. E, na evolução natural das coisas, havia pessoas que defendiam a escravidão, pessoas que atacavam a escravidão, pessoas que eram escravas e pessoas que eram livres, mas anteriormente foram escravas. O que fazer? Para alguns a Libéria foi a resposta para esta pergunta. Um movimento conhecido como Sociedade Americana de Colonização SAC foi criado nos Estados Unidos em 1816 por Robert Finley (1772-1817), um pastor presbiteriano branco de Nova Jersey cujo objetivo era levar para a África negros livres ou negros que tinham sido libertos da escravatura. De acordo com a opinião prevalecente em setores da população americana da época, os negros nunca seriam capazes de se integrar na sociedade do país. Os membros da SAC eram na sua maioria brancos. Alguns movidos por um sincero desejo filantrópico, outros por temerem fenômenos como o casamento inter-racial ou a transformação dos negros libertos em ladrões ou marginais que seriam um peso para a sociedade, entendendo assim ser melhor enviá-los para África. A SAC foi tanto atacada pelos abolicionistas, que entendiam que ela reforçava a escravatura no sul dos Estados Unidos, como pelos negros, que pretendiam permanecer como cidadãos de pleno direito. Em 1822, com fundos oriundos da venda de certificados, do apoio de igrejas e até mesmo do Congresso, a SAC fundou uma colônia na costa oeste da África e em 1847 a colônia se transformou na primeira nação independente da África, cerca de 16 anos antes da Proclamação da Emancipação por Abraham Lincoln. O primeiro presidente do país, retratado nesta cédula, foi Joseph Jenkins Roberts (1809-1876), um negro natural do estado da Virginia. O seu partido dominou a vida política do país desde o seu nascimento até 1980, quando pela primeira vez nos 133 anos do país, um golpe de estado derrubou o então presidente e deu início a um período de instabilidade e guerras civis. Apesar dos nobres ideais de seus fundadores, em 2010 a ONG Transparência Internacional identificou a Libéria como o país mais corrupto do mundo.