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awada

10 Apsar – 2024 – Abecácia

Atualizado: 14 de nov.

A vida em um país que oficialmente não existe!


A última linha do endereço postal de qualquer correspondência trocada no mundo sinaliza onde fica nossa casa, do Afeganistão ao Zimbábue. Porém para milhares de pessoas essa informação de rodapé pode ser um problema. Os serviços internacionais de correio não reconhecem cartas que têm como origem por exemplo lugares como Abecásia, Transnístria ou República Turca do Chipre do Norte. Normalmente as correspondências internacionais enviadas a partir dessas regiões chegam a seus destinos só depois de serem redirecionadas a partir de outros países. Esse trio de Estados estão entre os poucos países do mundo que existem no mapa, mas não chegam a ser Estados-nação ou membros de organizações internacionais. Eles foram formados após conflitos e crises políticas e, apesar disso, são autônomos e relativamente estáveis. A região separatista da Abecásia venceu uma guerra separatista contra a Geórgia, que foi parte da União Soviética até 1991, em um confronto que ocorreu entre 1992 e 1993 e declarou sua independência em 1999. Mesmo com apoio russo, ela só foi reconhecida pela Rússia em 2008, junto com alguns outros poucos países membros da ONU como Venezuela, Nicarágua, Nauru, Vanuatu e Síria, e outros “países” parcialmente reconhecidos ou não reconhecidos, como a Ossétia do Sul, Transnístria e Artsaque. Essa "normalidade institucional" a coloca dentro da definição de Estados "de fato", ou seja, aqueles que têm território próprio, mas que estão à margem do sistema que rege as relações internacionais entre países. Apesar da comunidade internacional não dar muita atenção aos problemas estruturais que mantêm estas regiões nesse estranho estágio de limbo, o interesse pelos Estados “de fato” é grande entre os apaixonados por "lugares que não existem". Apesar da moeda de uso corrente ser o rublo russo, a partir de 2018 passaram a ser emitidas pelo Banco Nacional de Abecásia cédulas comemorativas e de investimento em apsares, como a vista acima com um leopardo caucasiano e um antigo machado de bronze ornamentado em seu anverso.

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