O “Lago das Estrelas” e sua importância no coração da África.

No verso desta cédula está retratado uma das maiores maravilhas naturais da África - o icônico Lago Malawi. Com seus 29.600 km2 ele é o 3º maior lago da África (depois do Lago Vitória e do Lago Tanganica) e o 9º do mundo em área. Situado no coração do continente, ele é compartilhado por três países: Malawi, Moçambique e Tanzânia, mas sua divisão geopolítica é motivo de disputas e de alguma tensão. O Malawi controla a maior parte do lago, especialmente sua costa ocidental e quase toda a parte central e meridional. Ele representa cerca de 20% da área total do país e desempenha um papel crucial na identidade nacional. Moçambique detêm o controle da costa leste e de algumas áreas do sul do lago, principalmente no entorno da província de Niassa, onde o lago é chamado de Lago Niassa. Cerca de 25% do lago está sob jurisdição moçambicana. A Tanzânia controla uma pequena parte da extremidade norte do lago, junto na fronteira com o Malawi. E é justamente esta região o objeto de disputas, a qual se tornou mais significativa recentemente devido a possíveis reservas de gás e petróleo sob o lago. O Malawi afirma que a fronteira segue o Acordo de Heligoland de 1890, estabelecido entre os colonizadores britânicos e alemães, que determinava que toda a superfície do lago ao norte pertence ao Malawi, exceto as águas costeiras de Moçambique. Já a Tanzânia argumenta que a fronteira deve ser no meio do lago (divisão equitativa), uma prática comum em corpos d'água internacionais. Afora as disputas associadas à sua divisão territorial, o Lago Malawi ocupa uma posição central na vida econômica, cultural e ecológica da região. Através da pesca ele é uma fonte vital de sustento para as comunidades locais, além de atrair turistas do mundo todo para práticas de mergulho, snorkeling e passeios de barco. Na era colonial, exploradores europeus, como David Livingstone, usaram o lago como uma rota para explorar o interior da África. Ele chamou o lago de "Lago das Estrelas" devido ao reflexo das luzes dos pescadores na sua superfície à noite.