Idris I. O primeiro e único rei do fugaz Reino da Líbia.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o território líbio, que desde 1939 fora invadido e incorporado ao Reino da Itália, foi cenário de combates decisivos. Entre 1940 e 1943 houve a campanha da Líbia entre o Afrikakorps do general alemão Rommel e as tropas inglesas do general Montgomery. Na época, a atual Líbia era formada por três províncias – Tripolitânia, Fazânia e Cirenaica. Terminada a guerra, o Reino Unido encarregou-se do governo da Cirenaica e da Tripolitânia, enquanto a França passou a administrar a Fazânia. Essas duas nações mantiveram o território sob um forte governo militar, até que em 1951 elas obtiveram sua independência com a criação do Reino Unido da Líbia, tornando-se uma monarquia constitucional e hereditária sob o rei Idris I (1890-1983), primeiro e único monarca do reino recém-criado. Idris estabeleceu laços com o Ocidente, permitindo ao Reino Unido e Estados Unidos abrirem bases militares no país em troca de apoio econômico, o que foi turbinado com a descoberta de petróleo em seu território em 1959. Porém o regime de Idris foi gradativamente enfraquecido pelo crescente nacionalismo árabe e pelo sentimento socialista existente na época, bem como a crescente frustação por conta dos altos níveis de corrupção e as íntimas ligações do reino com as nações ocidentais. Enquanto estava na Turquia para tratamento médico, Idris foi deposto num Golpe de Estado em 1969 por oficiais militares liderados por Muamar Gadafi. A monarquia foi abolida e a República Árabe Popular e Socialista da Líbia foi proclamada. O novo regime expulsou os efetivos militares estrangeiros e nacionalizou as empresas petrolíferas. Da Turquia Idris transferiu-se para o Egito, onde recebeu asilo do então presidente Gamal Nasser. Após o golpe, Idris foi julgado in absentia (em sua ausência) pelo Tribunal do Povo Líbio e sentenciado a morte em 1971. Idris, porém viria a morrer no Cairo em 1983 aos 93 anos de idade.
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