top of page
awada

1.000 Escudos – 1976 – São Tomé e Príncipe

Atualizado: 22 de jan. de 2022

Como um centro importador de escravos tornou-se o maior polo exportador de gente.


O personagem retratado nesta cédula chama-se João de Santarém, um explorador português a quem se atribui, junto com o explorador Pedro Escobar, o descobrimento das ilhas de São Tomé e Príncipe em 1471 e de uma boa parte da Costa da Guiné na África Ocidental. Em 1469, nove anos após a morte do infante D. Henrique, mentor e dinamizador das conquistas marítimas e comerciais de Portugal, seu sobrinho Afonso V deu continuidade ao avanço marítimo na costa da África, arrendando por cinco anos ao comerciante lisboeta Fernão Gomes da Mina, a exploração da Costa da Guiné. Para cumprir seu contrato, Fernão Gomes enviou em 1470 João Santarém e Pedro Escobar para a descoberta de novas terras. Além das ilhas de São Tomé, Ano Bom e Príncipe, eles descobriram a cidade que, em homenagem ao seu patrono, chamaram de Mina (atual Elmina em Gana). Em 1478, durante a Guerra de Sucessão de Castela, ocorreu neste local uma grande batalha naval entre as armadas de Castela e de Portugal pela disputa do comércio do ouro, escravos, marfim e pimenta da região. A guerra terminou com a vitória portuguesa, seguida pelo reconhecimento oficial dos monarcas católicos da soberania de Portugal nos territórios em disputa. O descobrimento da região da Mina tornou-se para Portugal um ponto geográfico estratégico não só para o comércio como para a defesa dos territórios conquistados e o apoio às navegações na costa da África. Em 1482, já sob o reinado de João II, Portugal construiu em Mina uma fortaleza, a mais antiga construção europeia ao sul do Deserto do Saara. Batizada de São Jorge da Mina, ela tornou-se o principal estabelecimento português na África, ganhando fama internacional e despertando a cobiça dos reis europeus. Na época, o tráfico de escravos funcionava ao contrário: os lusos levavam a partir de São Jorge da Mina quinquilharias e escravos negros de outras regiões da África, como a costa do Benin, para os reis locais em troca do metal. Em 1500, 10% das reservas mundiais de ouro provinham da região. Nenhum outro europeu pôs os pés ali até o começo do século XVII. O monopólio lusitano da Costa do Ouro só foi quebrado em 1637, quando uma frota holandesa tomou Elmina. A partir daí, a fortaleza mudou de função. De centro importador de escravos, virou polo exportador de escravos. E, logo, a Europa inteira se engajaria no comércio de gente.

1 visualização0 comentário

Yorumlar

5 üzerinden 0 yıldız
Henüz hiç puanlama yok

Puanlama ekleyin
bottom of page